O cultivo de cannabis medicinal pelo agronegócio está ganhando cada vez mais espaço no Brasil e foi um dos principais temas abordados durante o 4º Congresso Brasileiro da Cannabis Medicinal, realizado em São Paulo. O evento, que contou com o apoio da Embrapa e aconteceu em paralelo à Medical Cannabis Fair, mostrou que a cannabis medicinal deixou de ser um tabu para se transformar em uma possibilidade concreta de inovação e desenvolvimento sustentável para o país. O destaque ficou por conta do cânhamo industrial, uma variedade da planta com baixos níveis de THC e alto potencial econômico.
Falar sobre o cultivo de cannabis medicinal pelo agronegócio é tratar de um segmento que pode revolucionar tanto a saúde quanto a economia nacional. O cânhamo possui diversas aplicações industriais, como a produção de papel, tecidos, materiais de construção, cosméticos, alimentos e até biocombustíveis. Além disso, é uma cultura de baixo impacto ambiental, regenerativa e com alta produtividade por hectare. Essas características tornam o cultivo de cannabis medicinal pelo agronegócio uma alternativa estratégica para o futuro do campo brasileiro.
O módulo Agro Tech Cannabis do congresso teve como foco justamente esse potencial agrícola da cannabis. Com apoio técnico da Embrapa, especialistas destacaram que é essencial discutir o cultivo de cannabis medicinal pelo agronegócio para que o Brasil não dependa da importação de matéria-prima. O país possui clima, solo e estrutura capazes de torná-lo um dos líderes mundiais na produção de cânhamo industrial. Essa autossuficiência pode reduzir custos, impulsionar a pesquisa científica e fortalecer a cadeia produtiva nacional.
A regulamentação do cultivo de cannabis medicinal pelo agronegócio também está avançando. A Advocacia-Geral da União apresentou recentemente um plano de ação para regular e fiscalizar o uso de medicamentos à base de cannabis. A expectativa é que até setembro de 2025 seja publicada uma norma específica autorizando o plantio do cânhamo com até 0,3% de THC. Essa medida é considerada um marco para o setor, que aguarda há anos a legalização completa do cultivo para fins medicinais e industriais no Brasil.
A pesquisadora Beatriz Marti Emygdio, da Embrapa, destacou que a criação de cadeias produtivas sustentáveis passa necessariamente pela inclusão do cultivo de cannabis medicinal pelo agronegócio. Segundo ela, a regulamentação do cânhamo pode beneficiar não apenas o setor farmacêutico, mas também o mercado de cosméticos, alimentos e biotecnologia. O uso racional da planta exige diálogo entre governo, ciência, agricultores e investidores, e eventos como o congresso são essenciais para essa construção conjunta.
Outro ponto importante sobre o cultivo de cannabis medicinal pelo agronegócio é sua contribuição ambiental. O cânhamo utiliza pouca água, poucos defensivos agrícolas e ainda tem a capacidade de recuperar solos degradados. Ele também pode ser usado como uma barreira natural contra pragas, ajudando na proteção de outras culturas quando plantado em consórcio. Tais qualidades fazem do cultivo de cannabis medicinal pelo agronegócio uma alternativa viável e promissora para um agro mais verde e responsável.
Durante o congresso, outros módulos também abordaram temas relevantes como o uso veterinário da cannabis, aplicações odontológicas e os aspectos econômicos do mercado canábico. Mas foi o cultivo de cannabis medicinal pelo agronegócio que mais despertou interesse por seu potencial transformador. O encontro ainda contou com rodadas de negócios, apresentação de startups e discussões sobre políticas públicas voltadas à regulamentação e incentivo da indústria da cannabis no Brasil.
O cultivo de cannabis medicinal pelo agronegócio representa uma nova fronteira para a agricultura brasileira. É uma oportunidade de diversificar a produção rural, estimular a inovação e oferecer produtos com alto valor agregado para o mercado interno e externo. Ao incluir o cânhamo industrial em sua matriz agrícola, o Brasil dá um passo importante rumo a um modelo mais sustentável, tecnológico e inclusivo. Com apoio da ciência, da legislação e do empreendedorismo, o cultivo de cannabis medicinal pelo agronegócio pode ser a chave para o próximo salto de desenvolvimento no país.
Autor: Donald Williams