A ministra de Segurança da Argentina, Patricia Bullrich, anunciou novas medidas para aumentar a fiscalização nas fronteiras do país, incluindo a que faz divisa com o Brasil. Em uma entrevista à rádio Mitre, Bullrich destacou que o governo de Javier Milei está comprometido em reforçar o controle do tráfego de pessoas e mercadorias nas regiões limítrofes. Recentemente, a ministra mencionou a construção de uma cerca de 200 metros na área de Aguas Blancas, próxima à Bolívia, como parte desse esforço.
Bullrich enfatizou a necessidade de um controle mais rigoroso na província de Misiones, que faz fronteira com os estados brasileiros do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. A ministra ressaltou que a região é um ponto de passagem para muitas pessoas e que, infelizmente, já ocorreram incidentes graves, como assassinatos. “Vamos ter uma fronteira muito mais controlada”, afirmou, destacando a importância de garantir a segurança na área.
As novas medidas fazem parte do Plano Guemes, lançado em dezembro de 2024, que visa fortalecer a segurança nas fronteiras argentinas. Além do Brasil, a Argentina compartilha fronteiras com outros países, como Bolívia, Chile, Paraguai e Uruguai. O plano busca não apenas aumentar a fiscalização, mas também combater o contrabando e o tráfico de drogas, que têm sido problemas recorrentes nas regiões fronteiriças.
Patricia Bullrich também abordou o desafio do contrabando de mercadorias entre a Argentina e o Brasil. Ela mencionou que, em determinados momentos, produtos argentinos são enviados ao Brasil devido a preços mais baixos, enquanto em outras ocasiões, contrabandistas tentam trazer mercadorias para a Argentina sem pagar os devidos impostos. Essa dinâmica complexa exige uma resposta eficaz das autoridades argentinas para proteger a economia local.
A construção da cerca de arame na região de Aguas Blancas gerou tensões com o governo boliviano. O ministro da Justiça da Bolívia, César Siles, criticou a medida, considerando-a uma violação dos princípios do Direito Internacional e das relações amistosas entre os dois países. Bullrich, por sua vez, minimizou as críticas, afirmando que a construção da cerca é uma questão interna da Argentina e não um tema de fronteira.
A ministra não descartou a possibilidade de construir outras cercas em diferentes áreas da fronteira, especialmente na região entre Bernardo de Irigoyen, em Misiones, e Dionísio Cerqueira, no Paraná. “Se precisarmos construir mais alambrados em outras áreas, vamos fazer”, afirmou, reforçando o compromisso do governo argentino em garantir a segurança nas fronteiras.
As medidas de fiscalização e controle nas fronteiras argentinas refletem uma preocupação crescente com a segurança nacional e a necessidade de combater atividades ilícitas. A implementação do Plano Guemes é vista como uma resposta a desafios complexos que envolvem não apenas a segurança, mas também questões econômicas e sociais que afetam a região.
Em resumo, a ministra Patricia Bullrich anunciou um aumento na fiscalização da fronteira com o Brasil, destacando a construção de uma cerca e o fortalecimento do controle de tráfego de pessoas e mercadorias. Essas medidas visam garantir a segurança na região e combater o contrabando, mas também geram tensões com países vizinhos, como a Bolívia. A situação nas fronteiras argentinas continua a ser um tema de grande relevância para o governo e a população local.